quarta-feira, julho 27, 2005

Pensamentos sem nexo 1


Tava de bobeira em casa ouvindo rádio, quando uma música da Pitty me fez parar pra pensar. A música ("Anacrônico") fala algo sobre ainda sermos as mesmas pessoas, mas o mundo a nossa volta vai mudando à medida que vamos crescendo, amadurecendo, adquirindo novas, e cada vez mais, responsabilidades. Simples assim, mas passei a tarde inteira pensando em todas essas mudanças.
Às vezes me pego sentindo saudade da minha infância, quando "pressa", "atraso", eram palavras que não existiam no meu vocabulário. E o mais complicado que eu tinha para resolver eram as contas de dividir do "para casa" de matemática. Até o amor, ou aquilo que achávamos que era amor, era simples. Não passava horas chorando, pensando nele, sofrendo... Lembro que amava o Cadu, era um sentimento tão puro, que era satisfeito durante as conversas e brincadeiras do recreio. Preocupações? No máximo uma tristeza por alguma briga boba com alguma amiga. Lembro que no meu caso com a Nan (minha querida amiga dos tempos de infância) elas não duravam nem 5 minutos.
Sei lá, até as coisas sérias, como doenças graves, ganhavam ares mais leves nessa época. Engraçado, triste, não sei bem, que quando criança, queremos porque queremos que o tempo passe rápido para que cheguemos logo a adolescência (eu pelo menos não via a hora). Lembro que um dia, um primo meu, de 10 anos me perguntou se ele já era um adolescente. 10 anos! Meu Deus, quanto tempo faz! E, enquanto crianças, temos a impressão de que essa adolescência não chega nunca.
Até que um dia, como num passe de mágica, ela chega. E traz com ela todos os conflitos, angústias, medos, preocupações... mas também descobertas maravilhosas!!! Época de paixões, agitos, uma pressa, uma vontade de experimentar o mundo todo de uma vez, e a impressão de que nem que tivéssemos todo o tempo do mundo seríamos capazes de viver tudo aquilo que queríamos. Amores confusos, desilusões, dúvidas e mais dúvidas, mas também muitos prazeres e, no meu caso, os escondidos foram os que deixaram mais lembranças. Porque será que tudo o que é escondido é mais gostoso?
E agora me vejo aqui, uma mulher adulta, lutando pra se tornar uma boa jornalista, pelo menos tentando... precisando que o dia tenha pelo menos 36hs para dar conta de ser profissional, filha, namorada, amiga e um pouco de eu mesma. As dúvidas e incertezas continuam aqui. Os amores? Cada vez os complico mais, cada dia exijo mais do outro e às vezes não percebo que não é porque o amor do outro não é como eu imaginei, que isso significa que ele não me ama. Saudade daquele amor puro da época do Cadu. Mas claro que queria aquele amor puro, sentimento calmo, com os prazeres que a adolescência e a vida adulta trazem. Confuso não? É, pode ser, mas pensando bem, não trocaria a minha vida de hoje pela minha infãncia de volta não! Tempinho de dependência total, de marasmo... Bom é saber que ela está aqui, guardadinha na memória, pronta para er revisitada sempre que preciso for, sempre que as obrigações da vida adulta me fizerem achar que lá eu era mais feliz. Ledo engano, em cada fase achamos que na outra éramos mais felizes, e isso só serve para que vejamos que então, devemos ser felizes nesse exato momento, só que toda a nossa correria, stresse, mal humor, não nos permite ver isso. E, quando nos damos conta, já passou. Triste isso!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Taty, adorei o texto e a foto, e claro que nesse momento estou relembrando passagens banais ou essenciais de minha infância e adolenscência, tudo era tão simples, ou será que continuam simples e nós vamos complicando as coisas a medida que "amadurecemos"? Sei lá, mas não vou filosofar agora, estou nostalgica demais pra isso, rs...
Beijo querida,

Maria Catarina disse...

oi oi!

sempre que a gente tem um espaço assim pra escrever o que vier na cabeça a gente pensa isso mesmo.

ho ho ho!

e existem tantas outras coisas..

bem-vinda ao mundo blogueiro!

beijos!