Mostrando postagens com marcador história. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador história. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, junho 12, 2008

Ela nunca viajou muito nestas datas impostas pelo consumismo: dia das crianças, das mães, dos pais, dos namorados. Todo ano, no dia dos namorados era a mesma coisa, uma dificuldade para encontrar um restaurante, uma dificuldade para estacionar o carro, tudo muito mais caro, engarrafamento; o dia que era pra ser de romantismo total poderia acabar virando um inferno e era preciso muita meditação para não deixar o mal humor aflorar.
Todo ano eles combinavam que no ano seguinte elegeriam uma outra data só deles para comemorar e passariam o dia 12 de junho em casa, assistindo um vídeo debaixo das cobertas.
Hoje, dia 12 de junho de 2008, faz duas semanas que eles resolveram colocar um ponto final no relacionamento depois de quatro anos juntos e pela primeira vez na vida ela está sentindo falta dos preparativos para a noite do dia dos namorados. Esse clima de casaizinhos, romance, corações para todos os lados a deixam deprimida e ela tem vontade de nem sair da cama. Se pudesse dormiria no dia 11 para só acordar no dia 13. Pena que isso não é possível.
O pior, o que mais dói é saber que eles ainda se amam, que foram feitos um para o outro. Ela tem certeza que ele é seu "big love" e que, assim como os personagens da série, eles foram feitos para ficar juntos, mas como ambos são complicados, passarão por alguns obstáculos, idas e vindas, mágoas e alegrias, encontros e desencontros para ficarem juntos um dia.
Quem sabe no dia dos namorados do ano que vem eles não estejam de novo juntos, reclamando dos congestionamentos, das filas, da dificuldade para estacionar e vão olhar um para o outro e jurar que no ano que vem ficarão em casa, assistindo um vídeo...

quarta-feira, maio 14, 2008

Acordei e pensei em te ligar. Cheguei a discar aqueles oito números que não saem da minha cabeça, mas antes que você atendesse resolvi desligar. Afinal, o que eu diria?
Fiquei pensando na nossa situação, em tudo o que vivemos e passamos juntos. Será que, assim como eu, você sente que o futuro não será longo para nós? Que poucas coisas ainda seguram esse relacionamento e que elas estão mais ligadas ao medo de colocar um ponto final do que ao amor em si? Ou como várias outras coisas você também não consegue enxergar isso? Você sempre foi tão acomodado; não duvido que não perceba que as coisas já não são mais as mesmas entre nós...
Ainda na cama, com o telefone na mão lembrei do início de tudo. Quando nos conhecemos tudo era motivo para passar horas ao telefone, ou no café tomando um irish coffee, ou simplesmente fazendo nada, desde que fosse um com o outro. Nossas bocas não se desgrudavam, nossos corpos pulsavam no mesmo compasso. Era uma época feliz!
Agora fico tentando lembrar em que momento passamos a ficar em silêncio, em que momento nossos corpos pararam de se procurar com tanta intensidade, em que momento tudo se perdeu?
O som do telefone me despertou dos meus devaneios. Era minha mãe, querendo saber se nós iríamos ao churrasco de aniversário da vó. Agora eu tinha um motivo para te ligar.
Liguei e combinamos que você passaria aqui em casa dentro de 30min. Levantei e fui tomar um banho, planejando que roupa usar e sabendo que assim que você chegasse eu me jogaria em seus braços, te beijaria loucamente e que você tentaria me convencer a esquecer o churrasco e passar o fim de semana inteiro debaixo das cobertas com você. Eu diria que não podia desmarcar assim, em cima da hora e íriamos para o churrasco como um casal feliz e a crise matutina desapareceria, como o vapor do banho quente!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Para aquele que deveria ter sido, ou talvez não...

Se você soubesse o mal que me faz te ver com ela tomaria mais cuidado antes de espalhar suas fotos por aí. Tá bom, sei que não tenho o direito de dizer isso, que assim como você está com ela eu também já tenho um novo amor. Mas é que ali, naquela fotografia, é como se eu tivesse a prova viva do nosso fracasso. É ela, no papel, me dizendo: "tá vendo, agora ele é meu". Paranóia? Tá, eu admito! Sei que ela nunca me diria algo do tipo. Mas não sei explicar, só sei que dói, só sei que aquela fotografia, você e ela sorrindo no papel, me causa um turbilhão por dentro, como se eu estivesse despencando numa montanha russa. Será que você sente o mesmo ao me ver passar com ele?
É estranho porque mantenho a certeza de que não te amo mais, não como antigamente quando éramos um casal. Mas vivemos tanta coisa junto, tantos planos, tantos sofrimentos, perdas... mas também tantas alegrias, tanto amor. E de repente restam apenas lembranças de momentos vividos no passado.
Os planos hoje são outros, os sonhos de vida idem, os medos e alegrias também. Éramos tão diferentes né? Mas dávamos certo nas nossas diferenças. Coisas que só o amor é capaz de explicar. Conseguimos terminar e continuar amigos, quantos casais conseguem isso? Pouquíssimos. Mas nós conseguimos, porque antes de sermos namorados, éramos amigos e essa amizade não poderia ser jogada fora. E, sinceramente, é em nome dessa amizade e do carinho, depois de tudo o que vivemos juntos que eu quero muito que você seja feliz, seja com ela ou com outra. Só não quero ver as fotos ok? Porque a única coisa que sei é que ainda dói e, como você sempre fará parte da minha história, acho que lá no fundinho, sempre vai doer.