quinta-feira, outubro 06, 2005

Clarice

Um amigo muito especial leu esse trecho, que colocarei abaixo, para mim hoje, ao telefone. E, como tudo o que vem de Clarice Lispector, eu me apaixonei. É incrível como essa mulher tinha o dom das palavras, como ela conseguia se expressar tão bem. Íncrivel como as palavras dela se encaixam tão bem na minha forma de sentir...

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completo quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doido. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo".

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